Do latim “Ó tempos, ó costumes”. Cada vez fico mais abismado como pessoas com certo grau de cultura não conseguem mais entender um texto em que necessite de enquadrá-lo em um contexto que se supunha ele tivesse.

Pelo menos era assim há décadas passadas, em que não havia ranço ideológico a cegá-los. Ou, pelo menos, emitiam uma opinião sem ofender que o escreveu.
O português do Brasil permite o subtexto, ao contrário do português de Portugal. Por isso, nosso avozinho não teve filósofos, ou muito poucos ao longo da sua história.
É vero
Não é ofensa, é constatação. Portugueses são cartesianos, direto ao ponto, sem tergiversações.
O fato é que vivemos tempos de fúria em que se proliferam pessoas que, já na largada, dizem: “Quem não é por mim, é contra mim”. Ou seja, já entram com duas pedras em cada mão.

Pelo que vejo, essa realidade está se tornando cada vez mais comum especialmente nos Estados Unidos, inclusive nas universidades famosas. As causas incluem a falta de leitura, e quando digo leitura falo também dos livros clássicos de cada país e os universais.
A minha geração era instada a ler muito desde o primeiro ano do Ensino Fundamental. Nos tempos que correm, tudo é na corrida. E, na corrida, não se para para digerir o que foi lido. Isso se for realmente lido.
O pior é que, com a Inteligência Artificial e o Chat GPT, tudo piora. Para que ler se o mecanismo artificial torna você um especialistas em Shakespeare, por exemplo? Mesmo que nem ao menos saiba quem ele foi e qual sua importância no comportamento humano, as respostas e posições que todos temos marcados a ferro e fogo na nossa mente.
Bom, posso me julgar um cara feliz porque eu sou do tempo em que se lia muito e infeliz por estar no meio do pensamento medíocre de quem nada em um aquário muito pequeno. São lambaris que acham que nadam no Oceanário de Los Angeles, que serão devorados pelos graúdos. Ou seja, os que sabem das coisas.

Li, há anos, um estudo em que foi analisado, com base nos escritos de historiadores do Império Romano, a cabeça deles, digamos assim, dos romanos mais proeminentes. Um general tinha a cabeça de um menino de 12 anos de hoje, concluíram. A diferença se explica por uma palavra que todos usam e nem todos sabem o tamanho gigante que ela encerra: o conhecimento.
Fala o leitor
“A política é o reflexo do ser humano moderno: cada vez mais enfadonho, sem ideias, sem assuntos para discutir. Não se leem mais livros. Os poucos jornais que ainda circulam, em seus artigos, são muito superficiais. Os ótimos articulistas do passado já foram para a terceira dimensão. Lembro-me do Correio do Povo, onde seus artigos, escritos por articulistas sapientes, ocupavam várias folhas inteiras do jornal. As escolas deveriam cobrar, em seus diferentes níveis de escolaridade, mais leituras de seus integrantes (tanto discentes como docentes). Reflexos do “modernismo”.
Bento Luiz Serraggio. Cirurgião-Dentista. Passo Fundo-RS.
Com a corda toda aos 96
O decano do IARGS, Hélio Faraco de Azevedo, lançará seu 10º livro intitulado de “Os Três Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário”, no próximo dia 23, a partir das 17h30, na Sala da OAB/Cubo, em Porto Alegre. Trata-se de uma parceria entre o escritório Faraco Azevedo Advogados com o IARGS e a OAB/RS.
Nesta mesma data, estará comemorando seu 96º aniversário, dos quais 73 são dedicados à advocacia. O prefaciador da obra é o Conselheiro-Ouvidor do Tribunal de Contas do RS, Cezar Miola.

O Brasil que funciona
Com o objetivo de capacitar startups gaúchas em fase de crescimento a evoluírem no negócio e se conectarem com investidores do mundo inteiro, o programa Invest Match está com inscrições abertas até esta sexta-feira (dia 18/10). Liderado pelo Instituto Caldeira, o programa conta com a parceria do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e as startups selecionadas poderão receber investimentos entre R$ 1 milhão a R$ 5 milhões.
“O dinheiro só não é importante para quem o tem de sobra.”
Pensamento do Dias