Vocês têm mulheres bonitas até em parada de ónibus nas vilas, disse-me um executivo alemão nos anos 1970. Temo que a quantidade tenha diminuído drasticamente.
As pobres sempre foram caprichosas na aparência pessoal. Mas agora o padrão de beleza é a obesidade causada pela ingestão de fast-food. O pior é que vejo cada vez mais adolescentes nesse rumo.

É a pressa da vida moderna, a facilidade de encontrar comida gordurosa, boa de sabor, mas ruim de nutrientes. Um alinhamento que convida a comer rápido e mal.

Lembra do tempo em que havia a cultura de dar um tempo para fazer a digestão? Sumiu. O curioso é que o chamado PF de todos os tempos já foi classificado de refeição saudável com gordura animal, a banha de porco que já foi reabilitada, tinha proteína, ferro com o feijão, arroz como carboidrato e salada, o verde.
Um estudo neste sentido foi feito pelo IBGE em 1975, tendo como base o PF da Região Metropolitana da Capital. Hoje, a gordura trans domina as panelas. Os americanos chamam os burguer da vida de junk food.
Haja poste!
O Brasil está caçando gigantescos datamídia junto aos poderosos, como Google e Amazon. Significa bilhões em investimentos.
Mas só tem um probleminha: o consumo de energia destes centros equivale a abastecer de eletricidade 25 milhões de pessoas, e não temos essa reserva. Comprova mais uma vez que não existe nada grátis neste mundo. Nem esmola.

Tem um caso para ilustrar isso. Fui pagar a conta de água atrasada da casa da tia de uma mulher. A fila era grande. Na minha frente, uma velhinha toda de preto espetava o dedo na cara do funcionário.
– Como pode vocês cobrarem água que Deus dá de graça?
Na maior pachorra, o funcionário deu de ombros.
– Dá, verdade, mas não em torneira.
Festival de matérias pagas
Entendo que as emissoras de TV navegam em mar de pouca publicidade. Entretanto, o que estão fazendo na boa e velha matéria paga não tem no gibi. É festival disso e daquilo, desejo das prefeituras de mostrar serviço, deslocamento de programas para estas cidades, com o marketing das emissoras – especialmente a RBS TV – achando nichos.

Fica pouco espaço para a notícia propriamente dita, e na maioria dos casos são releases engordado. Dá a sensação de que perderam a noção do que realmente interessa ao telespectador.
A grana sempre tem prioridade. A salvação é resgatar tragédias passadas, algo que muita gente quer ver pelas costas.