Anos 1980. O Mandico era funcionário aposentado do Banco do Brasil, um personagem boêmio que era muito amigo do presidente Jango Goulart, que lhe deu um emprego na rádio da sua propriedade. Vivia no restaurante Dona Maria, na rua José Montaury, Centro de Porto Alegre, de propriedade do austríaco Ernesto Moser – que sempre dizia que tinha três: austríaco de nascimento, brasileiro por naturalização e, para os fregueses que reclamavam da conta salgada, um alemão filho de uma boa a mãe.
Apesar de ser pelo duro, Mandico imitava perfeitamente o sotaque gutural alemão do seu Ernesto, a quem chamava de Arnesto. Também imitava com perfeição o falar do seu Gutterman, um judeu alemão que era cópia 3D do hilário Habacuc, do filme Exército Brancaleone.
O Jornal Nacional da época em rádio – aqui na Farroupilha – e televisão (Tupi) era o Repórter Esso, ouvido de cabo e rabo em todo Brasil. O slogan era “Repórter Esso, o primeiro a dar as últimas”. O Mandico então criou um quadro no seu programa de humor na Farroupilha ironizando o Esso.
– Repórter Osso, o último a dar as primeiras!
A Esso reclamou, a brincadeira acabou.