Com a demolição do famoso esqueletão da rua Marechal Floriano de Porto Alegre, o Centro viu-se livre da mais feia cárie da cidade. Na realidade, já era um dente podre.
Foi uma batalha jurídica para a Prefeitura. Isso porque apenas parte dos antigos cotistas foi localizada. Nos anos 1970 em diante, invasores tomaram conta dos apartamentos e conjuntos inacabados.

Na época, havia até uma concha de jogo do osso, que só os antigos lembram como era. Consistia em arremessar um osso plano e cantar a pedra antes, qual lado cairia. Jogo bobo, mas tinha muitos adeptos. Também abrigava uma espécie de associação dos camelôs.
Modelo ultrapassado
O modelo tradicional de empresa está com os dias contados. A afirmação é de Filipe Bento, fundador e CEO do Atomic Group. Mas reflete uma tendência observada em centros de inovação do Vale do Silício, China e Europa, em que o futuro dos negócios não é crescer inflando estruturas, e sim se conectar de forma estratégica em redes inteligentes de criação de valor. Essa rede tem nome: chama-se microecossistema. Exemplo: startups.
A saída onde fica a saída?
Dito como diz Filipe Bento, parece só uma questão de vontade dos empresários. Entretanto, não será nada fácil mudar o status quo.

De certa forma, as empresas já canalizam negócios em rede e ficou mais fácil saber instantaneamente qual mercado se fecha ou se abre. Para botar uma mosca nas startups, a maior parte delas não dura um ano, enquanto isoladas de algo concreto da economia real. Os americanos e os chineses já praticam essa “nova empresa”.
A saída da imprensa, onde fica?
Olhe o jornal impresso que está na sua frente. Tem a mesma paginação de 150 anos atrás com poucas variações. Manchete, fotos e chamadas para assuntos importantes. Mas são rudes, parece discurso de inauguração.
O falecido Jornal da Tarde paulista, dos Mesquita do Estadão, tentou quebrar essa rotina. No entanto, não deu lá muito certo. Até porque isso foi há mais de 50 anos.

No meu entender, uma possível revolução seriam textos, e sobretudo títulos, já com a tradução da informação. Mas isso exigiria uma revolução interna, embora o impresso já tenha dado lugar às edições online. Mas o espírito da coisa é o mesmo.
O fim dos repórteres
Por uma série de motivos, que começam pela motivação e pelo ensino falho, a alma da informação vem desaparecendo. É mais ou menos como os jovens que entram no mercado de trabalho já querendo salário de diretor.
E é duro dizer, mas o jornalismo sempre pagou mal. Hoje, paga terrivelmente mal. Perdemos até para motoristas de ônibus. Quando leio certas matérias penso que, pelo que produzem, até que ganham bem, tamanha a incompetência.
Quando um governo dá um ovo, rouba a galinha.
Pensamento do Dias