Existem dois tipos básicos de restaurantes, os cujos atendentes estão atentos ao menor aceno dos clientes, e aqueles em que é preciso caçar garçom ou atendente, porque estão perpetuamente de cabeça baixa. Não existe nada mais irritante que essa caça.
Imaginem quanto faturamento eles perdem com essa elementar condição. Lamento, mas isso é comum em Porto Alegre.
Agora vejam o exemplo alemão. Nos anos 1980, percorri nove cidades da Alemanha a convite do governo. Chamava minha atenção como os garçons eram atenciosos e atentos.
Na cidade de Colônia, jantei com colegas jornalistas em um restaurante de respeito. A comida era excelente, incluindo uma sobremesa com moranguinhos com creme. À certa altura, quis pedir mais vinho. Então, quis fazer um gesto para o garçom que estava às minhas costas.
Para minha surpresa, quando pensei em me virar, um deles já estava ao meu lado. Parece que adivinhou.
Não foi adivinhação. Eles são preparados para ler a linguagem corporal dos clientes. Isso se repetiu em várias outras cidades e restaurantes. Competência não se compra em farmácia.