Com estes olhos que a terra há de comer, vi, há décadas, um batedor de carteira abrir a bolsa de uma mulher que subia os degraus da porta de um ônibus da linha aeroporto, tirar a carteira de dinheiro dentro dela, tirar o dinheiro e devolvê-la à bolsa. Tudo isso em poucos segundos. Quase – eu disse – quase – tive vontade de bater palmas.
Batedores de carteira, uma profissão do mal que não se ouve mais falar. Eram comuns até a década de 1970, a maioria era carioca, pelo menos os melhores eram.
Os mais arrojados conseguiam até subtrair carteiras do bolso interno do paletó. Nestes casos, um cúmplice dava o clássico esbarrão para distrair as vítimas.
Esse tipo de ação era feito pelos chamados “mão leve” na gíria policial. E bota leve nisso.
A profissão desapareceu porque exigia prática e habilidade. Então os nossos criminosos batalharam com facas, revólveres, pistolas e fuzis, na maioria das vezes drogados.