Parafraseando a antiga canção dos sete anões da Branca de Neve, muitos candidatos às eleições de outubro fazem questão de dar tiro no próprio pé ao cometerem os mesmos erros dos seus antecessores.
Um deles é achar que seu partido tem o mesmo charme de décadas atrás. Até porque esquecem que o tempo se encarregou de aplainar todos, assim como o vento do deserto desgastou as imagem exterior das pirâmides.
Outro erro é a soberba sem se dar conta que nadam em um aquário muito pequeno. Outro equívoco é se prender muito ao passado, supondo que os jovens eleitores saibam da trajetória política deles.
Em todas as eleições, um exército de jovens que não se emocionam com o passado. Ainda mais as gerações de hoje.
Eppur si jove, no entanto ela se move, como disse Galileu Galilei, ao murmurar à Santa Inquisição para evitar ser queimado vivo. Isso porque descobrira que a Terra é quem gira em torno do Sol e não o contrário.
Na realidade, em toda eleição cometem-se os mesmos erros. Uma condição humana que faz com que o homem seja o único animal que cai no mesmo buraco duas vezes. Confiar que, no primeiro debate, ele vai colocá-lo na pole position. Ou achar que bandeiras e material de campanha mudam a eleição e o catapultam para a primeira fila da corrida, como aconteceu no passado.
Inevitável dizer que isso é uma das especialidades da esquerda. Até porque ela nunca fez autocrítica sincera. Ou seja, a culpa é sempre dos outros, faz parte do DNA, desde os tempos do império soviético.
SE deu errado, foi sabotagem imperialista e, se deu certo, sempre é mérito da camada dirigente. A derrota tem muitos órfãos. Já a vitória tem pai e mãe que é esta mesma camada…
Devagar, quase parando
Todos concordam que a campanha em Porto Alegre não empolgou até agora. Como se o eleitor estivesse desmotivado para o mais do mesmo.
De certa forma, tem razão. E a prova disso é que 50% dos pesquisados ainda não têm candidato. Isso que estamos a duas semanas da eleição.
O “eleitor Imponderável” pode mudar este quadro. Se ele não aparecesse, o curso da História seria linear, sem sobressaltos nem novidades.
Veja-se o caso de São Paulo. Por acaso alguém iria imaginar que uma cadeirada em debate eleitoral seria possível? E que, depois dela, o candidato Pablo Marçal despencaria nas pesquisas e não o contrário?
A explicação está no pastel
De vento. Marçal ficou famoso porque se declarou antissistema quando ter essa condição o coloca nele mais que qualquer sistemista, por assim dizer. Mas agradou, no início, exatamente por se dizer “antipolítico”.
Se era, porque entrou no jogo? O candidato Enéas fez isso primeiro com seus 15 segundos de fama, no horário eleitoral, e é famoso até hoje. Inclusive fez mais votos que Leonel Brizola.
E por falar nele: o PDT acha que qualquer criancinha sabe quem foi e o que ele fez. Erro de avaliação.
O tambor furado
Na galeria dos sem-noção, também existe o candidato-tambor. Bate nele e faz um barulhão; fura e não tem nada por dentro.
A rede social antes da internet
Sabem qual foi a maior rede social de Porto Alegre antes da internet? A Rua da Praia. Todos já devem saber que ela era a vitrine da cidade em tempo de 700 mil habitantes, quando não existiam shoppings para repartir cenários.
Para ser visto e ver, para ser notado e avaliado era fundamental passar algumas horas nela. Todos queriam – e tinham – seus 15 minutos de fama.