Aí por 1972 cobraram do então todo-poderoso ministro da Fazenda Delfim Netto uma postura mais firme do governo com relação às estripulias do sistema bancário. Pacientemente, ele explicou que a economia brasileira estava em estágio de crescimento e, por isso, correções tinham que ser pontuais.

Disparou uma frase que ficou célebre:
– Primeiro vem o faroeste, depois vem o xerife.
Os imperdoáveis
De lá para cá, houve um bocado de tiroteios entre os sucessivos xerifes e os pistoleiros que chegavam na cidade. Algumas vezes, o xerife é que era o bandido. Em outras, os pistoleiros não estavam nem aí para o homem da lei.
Alguns até foram presos, mas o OK. Corral versão Pindorama era o que mais se tinha.
Sem lei, sem alma
Tanto os xerifes quanto os pistoleiros driblavam as regras estabelecidas. Fechava-se um olho para eventuais irregularidades em nome do crescimento da cidade.

O xadrez daquela construção modesta onde se lia “Sheriff” abrigava muito ladrão pé de chinelo, mas poucos grandalhões. Tudo em nome do progresso, não necessariamente da ordem.
No tempo das diligências
Ao mesmo tempo em que se conseguia pelo menos um arcabouço de país decente e estruturado, o ouro que atraía o bandido também trazia muitas prostitutas trazidas pelas diligências da Wells Fargo, que sentiam o cheiro do metal. Mesmo que ele não o tivesse. As portas vaivém da taberna tinham justamente essa função, facilitar a entrada e também a saída do sistema.
Matar ou morrer
Além dos garimpeiros, aventureiros vinham aos magotes tal qual mariposas são atraídas pelas lâmpadas a querosene do saloon. Muita gente ficou muito rica e cada vez mais rica, outros quebraram e se quebraram.

Era do jogo. Como nas mesas de pôquer da taberna, às vezes alguém sacaneava e o prejudicado sacava do Smith Wesson 44 cuja bala perfurava o atrevido. Não raro, o próprio dava tiro no próprio pé.
“Não existe morte súbita. Ela já vinha se anunciando.”
Pensamento do Dias