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Com cadência e com orgulho

Hora Cívica realizada na manhã desta segunda-feira, dia 1º de setembro, deu início à programação da Semana da Pátria em Nova Petrópolis. Reunidos em frente ao Monumento Portal da Imigração, autoridades e estudantes receberam o Fogo Simbólico da Pátria e entoaram os hinos Nacional e do Rio Grande do Sul.

Parece deslocado do tempo, mas é nas cidades do interior que o civismo ainda não desapareceu. Lembro dos meus tempos escolares em que se ouvia o Hino Nacional com a mão no peito e marchávamos com cadência e orgulho da terra em que nascemos.

O fogo que apagou

Só aqui e acolá ainda se encontram comunidades que acham que vale a pena honrar os símbolos da pátria. O patriotismo foi adulterado e modificado de acordo com as conveniências dos líderes de pé de barro.

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Chama votiva, o brado do Ipiranga, os desfiles do Dia da Mocidade (1 de setembro) e a Parada de 7 de Setembro são brumas do passado, que se esvaem como neblina ao sol forte. Não à toa que valores estranhos e esquisitos os substituíram. Sim, eu tenho saudades daqueles tempos.

O uniforme no capricho

Nos meus tempos de guri, todas as escolas ou quase todas tinham uniformes para alunos usarem no dia a dia. Os pais guardavam um para dias assim, solenes, peito estufado com passo cadenciado ao som de bandas marciais ou da Brigada Militar.

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Os colégios maristas eram os mais caprichosos. O tênis tinha que ser branco, imaculadamente branco. Tarefa nada fácil, porque a gurizada não tinha como evitar barro e poeira. As meninas geralmente vestiam saias azul escuro e blusas bem brancas.

As bandas marciais

Quanto maior o colégio (ginásio) mais chances de ter uma banda marcial poderosa, com percussão, sopros e metais, caso do Colégio do Rosário, Dores e outros. Com que orgulho os figurantes vestiam os uniformes e quepes enfeitados com penachos. Tarol, bumbo, alguns usavam flautas.

Quanto mais forte, melhor

Nos anos 1950, estudei no Ginásio São João Batista de Montenegro. Era meia dúzia ou nove figurantes. Na ponta direita, o Ciro Roque Müller batia forte no bumbo semideitado – os mais parrudos eram escalados para instrumentos mais pesados.

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Nunca cheguei a esse ponto. Quando a banda do Colégio Rosário com mais de 20 figurantes se exibiu na cidade foi assunto para semanas. O Edgar Timm, meu amigo que faleceu muito jovem, tocava o bumbo com duas baquetas, uma de cada lado do instrumento que era disposto na vertical.

A inspiração naval

Todas as bandas marciais, todas, queriam ser como a Banda dos Fuzileiros Navais, coisa de gente grande e que se exibia o ano inteiro por todo o país e até no exterior. Era o meu, o nosso, sonho de consumo.

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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