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Caderninho de dados

     Agentes da Polícia Federal foram entregar uma intimação em uma vila de Porto Alegre, nos cafundós do Judas. Passando de ruela em ruela, não conseguiam achar o tal endereço. Puxaram laptop, GPS, rádio, e nada. Até que se depararam com uma viatura da Brigada Militar, cujos tripulantes tinham colocado uns quatro ou cinco no paredão e estavam checando RGs via rádio.

    Os federais então perguntaram a um brigadiano se conheciam o tal endereço. O PM perguntou quem procuravam. Após a resposta dos federais, veio a frase do militar:

    – Deixa eu consultar meu banco de dados.

    O policial entrou na viatura e saiu com um caderninho, desses de anotar compra em mercadinho de vila. Não tinha capa, todo escrito a mão, folhas soltas, garranchos, páginas amassadas e molhadas. Após uma breve pesquisa, falou de forma imponente:

    – Na mosca! Sobe essa aqui e dobra na primeira à direita. É uma casinha amarela. Mas ele deve chegar só dentro de duas horas.

    Perplexos, os policiais federais aguardaram. E não deu outra. Quase duas horas depois avistaram um rapaz entrando na casa. E era o cara. Foi abordado. Surpreso, perguntou aos federais como o acharam tão rapidamente.

    – Foi fácil. Tu tá no banco de dados, cara!

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Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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