Tenho saudades dos meus tempos de guri, quando os mais velhos se chamavam Serapião, Serafim, Praxedes, Olemar, Adelar, Willibaldo, Elemar, Galdino e outros que hoje não se usam mais quando batizamos as crianças. As mulheres, afora as inevitáveis Maria da Glória, Maria do Socorro, Maria José (e os homens José Maria), chamavam-se Iracema, Terezinha de Jesus e a eterna Eva.

Eva ainda é usada no subúrbio e não sei porque e nem se procede totalmente. Admiro-me da quantidade de Evas que são cozinheiras ou atendentes de lanchonetes.
E digo que a saudade vem porque são prenomes ligados a tempos menos rápidos. Ou seja, tempos em que você ia trabalhar, ao meio-dia voltava à casa para almoçar e, depois, retornava ao trabalho de carro (poucos), ônibus ou bonde.
Eu sou um privilegiado porque vivi antes da Era do Caos. Nenhum contrato valia mais que o fio do bigode, mesmo sem colar o fio em algum documento em vez de assiná-lo.
É verdade que morria-se mais cedo, as maravilhas da medicina ainda não haviam sido inventadas. No entanto, havia um bom estoque de antibióticos que funcionavam bem. Não temíamos as superbactérias.
E Deus ainda funcionava, acreditávamos que o Céu existia e iríamos todos para lá. Menos os que morriam em pecado.
Roam as unhas de inveja, púberes de hoje, a Aids ainda não existia. O resto a penicilina, a terramicina e outros remédios curavam tudo.
Hoje, é uma loteria. Ou roleta-russa. Nem vou falar na criminalidade.