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As canetas e a letra cursiva

A letra cursiva está terminando. Nem mesmo a receita médica vem com ela. Tudo é eletrônico.

Para veteranos como eu, praticava essa escrita desde os bancos escolares. Eu lembro muito bem das aulas de caligrafia, um tipo de letra cursiva escrita em uma espécie de pauta musical, com espaço delimitado para minúsculas e maiúsculas.

Para aumentar a tortura, não se usava esferográfica (que ainda não tinha chegado aqui) e nem as canetas-tinteiro, assim chamadas porque tinham um reservatório para tinta.

O que nós usávamos era a famigerada Pena 12. Era uma pena de aço com sulco central que precisava ser mergulhada na tinta, que era retida apenas para desenhar umas poucas palavras. O professor ou professora de caligrafia enchia o saco até se uma letra tinha mais tinta que a vizinha. Nunca fui bom nisso.

Originalmente, a tinta era indelével, ou seja, ficava para sempre, especialmente nas roupas. Depois surgiu o azul-lavável, usado nas cara e excelente Parker 51, e a Compactor, mais barata.

Mal comparando, a Parker era uma Mercedes Benz e a Compactor um utilitário qualquer terreno. A primeira tinha seus fricotes, a segunda era pau pra toda obra, durável como só ela.

Mas nenhuma delas ensinava a escrever bem. Hoje, se escreve mal eletronicamente..

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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