“Nunca se conhece realmente um homem até que se divorcie dele”. A frase é da atriz de Hollywood Zsa Zsa Gabor, húngara de nascimento. Ficou famosa nos anos 50 e 60 menos pelo desempenho nas telas e mais pelo desenvoltura na cama, para a qual sempre atraía milionários generosos.
Na realidade, os caçava. E exigia – e recebia – joias, vestidos, peles e mansões de milhões e até de dezenas de milhões de dólares. Para ela, até os pão-duros abriam as guaiacas.
E ela não fingia que era por amor, coisas assim. Pois dizia alto e claro para eles e principalmente para a imprensa que era pelo dinheiro deles. Na minha opinião, era uma mulher honesta.
Lembrei de uma crônica de um dos meus prediletos, o escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues, em que ele, bem ao seu estilo, cunhou uma das suas tantas frases imortais. “O dinheiro compra até amor verdadeiro”.
Ex-marido é uma coisa, ex-mulher é diferente. Ex-mulher é um osso duro de roer. Esse conceito é de um prefeito de São Paulo, Celso Pitta, que se separou e a ex juntou todas as conversas reservadas em que ofendia colegas de partido em um áudio e o tornou público, bem como fotos comprometedoras.
Ao dar uma entrevista para telejornal, o repórter achou que, por ser ex, a mulher poderia ser desacreditada, movida pela raiva ou ódio. “Não adianta, disse Pitta, ex-mulher é para sempre”.
Localizador de pessoas
Se vira nos 30, como no programa de auditório na TV da década de 1990. Antes da internet a vida era tremendamente mais complicada. Mas atenção: isso pensamos hoje, não na época, em que o tempo não era fator tão crucial. Em compensação, antes do celular havia formas de localizar funcionários de uma empresa em um mesmo prédio, um verdadeiro ovo de Colombo.
Foi o Banco da Província o primeiro, mas acredito que outros bancos também usavam o que passo a descrever. Imagina um prédio de 11 andares em que pessoas em cargo de chefia zanzam em todos eles e o secretário ou assessor precisasse urgentemente falar com o chefe. O que fazer, como localizá-lo?
Em todos os andares havia pelo menos um buscador de pessoas, sem zonas cinzas, de fácil visualização. Consistia em um retângulo de vidro opaco colocado pouco acima da altura dos olhos com quatro cores, branco, azul, vermelho e verde. Cada chefia tinha seu código de duas ou três cores.
O assessor ligava no telefone interno para o código do chefe – digamos azul, verde e branco. Isso feito, acendia o luminoso e uma cigarra mostrava que havia um recado para alguém. O que eu quero dizer é que A.I. (antes da internet) a tecnologia se virava nos 30.