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Ah, essa falsa cultura…

Nos idos de 1970, dizia-se que a obra de Marx era como nosso Hino Nacional, comprido e chato. Ainda acho que se dessem a tarefa de transformar a obra-prima marxista em novela, a Globo encararia.

Claro que com Juliana Paes no papel da mulher de Marx. Quanto às passagens técnicas incompreensíveis do livro, os roteiristas poderiam fazer como faz a Mesa da Câmara dos Deputados: ante a premência do tempo, o presidente da Casa declara: “dou o discurso como lido”.

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Epitáfio

O excelente jornalista e contador de histórias Antônio Goulart lançou há anos o livro Anotações de um Leitor Curioso (editora Movimento). Entre tantas outras preciosidades relata o epitáfio de Benjamin Franklin, um notável norte-americano. Diz:

  “Aqui jaz, entregue aos vermes, o corpo de Benjamin Franklin, impressor, como a encadernação de um livro velho, de que se arrancaram as folhas e se apagaram os dourados e título. Mas nem por isso a obra será perdida, porque há de reaparecer, conforme sua crença, e, nova e melhor edição, revista e corrigida pelo autor”

Melhorou ou piorou?

Outra seleção de Goulart menciona um texto do escritor Jorge Amado de 1940. 

 “Qualquer cidadão dado a leituras, que dedique algum tempo a folhear os catálogos das nossas maiores editoras verá que, em cada dez livros editados, sete são literariamente inferiores, contra três de nível mais alto”. Se fosse hoje, a contabilidade de bons livros piorou.

www.brde.com.br

Sabedoria judaica

Sou um admirador confesso da cultura judaica, sempre preciosa através dos milênios. Nos anos 1960, recebi de presente de um banqueiro o livro dos provérbios, o Talmud, onde se encontram excelentes casos e histórias.

É do Talmud que se copiou a história do bode na sala, originalmente conselho de um rabino para um agricultor que se queixava que muita gente morava na sua humilde casa. O rabi então sugeriu que ele botasse mais um ser vivo na moradia, um bode,

     – Mas vai ser um inferno, rabi – alvitrou o campônio.

https://www.senar-rs.com.br/ateg/

E foi mesmo. Um mês depois, o religioso disse a ele que tirasse o bode. Ele assim o fez. Alguns dias depois, perguntou:

    – E aí, não melhorou?

Desvio de função 

“Quando Deus quer, até uma vassoura dá tiros” (Sabedoria iídiche).

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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