Vamos imaginar que a clássica história dos dois amantes tivesse um final feliz, com os Capuleto e Montecchio aceitando Romeu e Julieta. Casaram-se e tiveram uma bela lua de mel irradiando felicidade.

Mas, com o tempo passando, décadas depois, Romeu ficou careca, barrigudo e mal-humorado. E deu para beber. Enquanto Julieta ficou obesa e com peitos caídos de tanto amamentar meia dúzia de filhos, dois deles gêmeos.

Romeu queria se separar, mas as famílias, agora amigas, ameaçaram cortar a mesada – ele era da geração nem-nem, nem trabalha nem estuda. Além da sogra infernizar sua vida.
Para piorar, arrumou uma amante com 20 anos, que tirava o pouco dinheiro que ele ainda tinha. Julieta maldizia o dia em que conhecera o marido, que, além de tudo, era pobre como rato de igreja.
De volta à infância
Moda intensa, os bebês reborn, que imitam à perfeição os recém-nascidos, causam furor não só entre adolescentes e até mulheres adultas. Assim como atraem críticas contra quem os compra, incluindo educadores e psicólogos.
É uma era estranha essa nossa. Ser contra os reborn é o mesmo que ser contra a chuva. Mas é notável como hoje a sociedade prefere a fantasia à realidade. É uma forma de fuga.

Vai longe o tempo em que as crianças e adolescente brincavam com bonecas de pano. Até mesmo a Barbie já era, ou quase. O que a salvou foi a grande quantidade de roupas e adereços.
Nas calçadas, brincavam o jogo infantil chamado sapata, de pular quadrados demarcados com giz. Nos cursos de formação de professores, as chamadas normalistas, havia a disciplinas de corte costura e trabalhos manuais. Estes também para os meninos. Eram obrigatórios.

No ensino médio, a gurizada geralmente escolhia criar brinquedos usando uma serra manual.
O povo adormecido
Do presidente da Federasul Rodrigo Souza Costa: “A economia se molda por confiança. Mas a política se movimenta pela opinião pública.” E nos últimos tempos ela está mais silenciosa que estátua de pedra.
Há várias explicações, e uma delas é a dificuldade em atravessar tempos de grana curta, onde não há espaço para distrações. Outra é que o governo dá um remédio para dormir para o povaréu. Chama-se Bolsa-Família.