Sempre que posso digo aos iniciantes no jornalismo que nossa profissão é uma sucessão de rotinas. É sempre a mesma coisa, os mesmos erros, os mesmos enganos, a monotonia das repetições nas falas dos políticos, as juras dos governantes, os reinventores da roda, tudo igual. Como dizia o seu Ernesto Moser, do Chalé da Praça XV, o homem é o único animal que cai no mesmo buraco duas vezes.
Hoje, a Federasul completa 88 anos. Fiquei matutando sobre isso. A entidade foi fundada em 1927, um ano de efervescência política, com a Revolução de 30 pintando no horizonte. Getúlio Vargas assumiu o comando, e, a pretexto de acabar com a dupla São Paulo-Minas Gerais no poder, a política café com leite, acabou centralizando ainda mais. A União é esse monstro voraz e ineficiente gerado pelo ventre de 1930.
No meio do caminho, golpes, revoluções, constituições como a Polaca e inexequíveis como a de 1988, uma colcha de retalhos que só previu direitos e criou despesas sem as respectivas receitas. Considerando o caótico quadro atual, cá estamos nós onde sempre estivemos: parados com viés de marcha-ré.