Em tempos mais distantes quem reinava nas pugnas eleitorais era o ovo. Ou seja, a mais perfeita forma aerodinâmica criada pela galinha.
O ovo podre servia melhor para o lançamento de mísseis. No entanto, tinha um inconveniente: fedia por mais tempo no bolso, sacola ou mão do artilheiro do que no alvo. Logo corria-se para a lavanderia.
Assim que a política populista ganhou corpo, ainda no século XIX, jogar pedras também podia servir como forma de protestar. Paralelamente, jogar urina dos balcões das casas era muito eficiente.
Engana-se quem acha que o arremesso de cadeiras é coisa recente. No Congresso Nacional o arsenal também contemplava canetas.
Salvo na televisão, plateias estão digitando alguma coisa no celular e não ouvindo quem fala.
O sapato como arma
Como forma de protestar, o sapato foi invenção do premier soviético Nikita Kruschev. Estava ele na ONU, nos anos 1950, e, para chamar atenção dos cinegrafistas e fotógrafos, tirou um sapato. Com ele, batia na mesa, bem perto do microfone.
Eu via a cena em documentários na época. E, como observo mais os papagaios de pirata e puxa-sacos ao redor do chefe, desta vez não vi nenhum aplauso ou bater de palmas. Provavelmente, o sapato do Secretário-Geral do PC Soviético tinha histórico nas trincheiras da II Guerra Mundial.
Então, pode ter batido o recorde de permanência no pé do então integrante do Exército Soviético. Chulé, meus irmãos, chulé pode ser uma arma química pior que o antraz.
A arma mais eficiente em um debate
É a palavra certeira. Problema: poucos a usam de forma inteligente.