Chega perto do 20 de Setembro, e os gaúchos se alvoroçam com os feitos farroupilhas, lembrando feitos heroicos do nosso passado. Mas por trás a revolução romantizada não tem nada de beleza.
E ninguém conseguiu sintetizar isso tão bem como essa música de Leopoldo Rassier.
Sabe, moço
Que no meio do alvoroço
Tive um lenço no pescoço
Que foi bandeira pra mim
Que andei em mil peléias
Em lutas brutas e feias
Desde o começo até o fim
Sabe, moço
Depois das revoluções
Vi esbanjarem brasões
Pra caudilhos coronéis
Vi cintilarem anéis
Assinatura em papéis
Honrarias para heróis
É duro, moço
Olhar agora pra história
E ver páginas de glórias
E retratos de imortais
Sabe, moço
Fui guerreiro como tantos
Que andaram nos quatro cantos
Sempre seguindo um clarim
E o que restou?
Ah, sim!
No peito em vez de medalhas
Cicatrizes de batalhas
Foi o que sobrou pra mim.