Amigo de longa data me procurou no Jornal do Comércio para contar sua aventura, no último final de semana, quando pretendia ir para Gramado. Devido aos fatos contados no Notas de hoje, comeu o pão que o diabo amassou pela falta de advertências do bloqueio da ERS-115. O pior é que ele estava com a mulher. Devo dizer que o casal em questão é idoso.
O seu relato é longo, então vou poupá-los dos detalhes. Deu tudo errado. Aconselhado por um policial do Comando Rodoviário, em vez de fazer o trajeto correto, resolveu dormir com a perpétua em um “pequeno hotel” na beira da estrada.
– Pelo menos o gerente ficou com pena de nós, e até baixou a diária de R$ 170,00 para R$ 100,00 – contou.
– Puxa! Só porque vocês eram velhinhos? E que hotel era esse?
Meu amigo ficou ligeiramente ruborizado, como se lia nos romances de antigamente.
– Bem…na realidade depois que entramos no quarto começamos a desconfiar?
– Desconfiar do quê?
– Ah…de que não era um hotel normal, se é que me entendes…
Minha primeira ficha caiu.
– Ora ora, acabaste em um motel e não em um hotel. Qual o problema?
Extremamente pudico, a ponto de ficar vermelho só de ver mulher de maiô dos anos 1950, ele começou a gaguejar. Baixou os olhos.
– Bem, quando nós nos demos conta, e já que estávamos ali…
Minha segunda ficha caiu. Compreendi naquele exato instante que um deslizamento de terra acabou em deslizamento debaixo dos lençóis. O que é a natureza.
[ad name=”HTML SENAR RS”]