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A fuga do Centro

Tanto que se fala na revitalização do Centro Histórico de Porto Alegre, mas a dura realidade é que boa parte da classe média fugiu dele em um processo iniciado nos anos 1990. Com ela foi-se com laço e tudo o boi das atrações.

Onde foi parar este segmento? Em shoppings e ruas de bairros onde são bem-vindos e oferecem atrações gastronômicas variadas e de primeira. No centro da Capital, há poucos restaurantes em relação ao número da população fixa e variável.

Um dos marcos dessa fuga foi a proibição de construir novas garagens cobertas pelos governos do PT. A ideia era prestigiar o transporte coletivo para deixar o carro em casa. Sabemos que não é bem assim essa opção. Diga para alguém que trabalha no centro pegar ônibus no final da tarde.

Os alegres rapazes da banda

As fotos dos candidatos nos materiais de campanha mostram rostos reluzentes e com sorriso de orelha a orelha, roupas cuidadosamente escolhidas, tudo bem abotoadinho como paletó de defunto em velório. Bem diferentes de décadas anteriores, quando os candidatos da esquerda faziam aquela pose séria, de quem acabou de pisar em cocô de cachorro.

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Proibido rir

Contrastando com épocas anteriores, em que o uso de terno e gravata era obrigatório, hoje os candidatos tomaram algumas lições de etiqueta e postura. Dificilmente você encontraria um candidato de esquerda com sorriso aberto, o sentimento era de ser sisudo como a mostrar o desencanto do status quo, e que cara amarrada servia para mostrar que com ele tudo mudaria.

Lembravam os tempos funéreos do império soviético e lideranças como Stálin e Lênin. Custou a cair a ficha, e hoje a ordem é mostrar alegria.

Roupa de mostrar seriedade

Se houve tempo em vestir macacão de fábrica em santinhos e debates, chegou a vez da maioria dos candidatos mostrarem que política é coisa séria, usando ternos pretos com ou sem gravata em debates de TV. Na pior das hipóteses, roupa azul escuro, nada de camisas coloridas.

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Hora do mais do mesmo

Alguns cacoetes de linguagem corporal também foram se incorporando no dia a dia de políticos. Um deles, o mais chato, é quando fala para um público restrito citar alguém da plateia pelo primeiro nome, especialmente jornalistas.

O iniciante fica todo pimpão por ter chamado a atenção pelo orador. Que nada, é dica de assessor que leu manuais de campanha.  

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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