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Um caso muito triste

Mesmo com meus quase 60 anos de jornalismo, ainda me entristeço com tragédias de trânsito que liquidam famílias. Especialmente quando envolvem crianças e mais especialmente quando pais morrem e elas ficam sozinhas no mundo.

Foi assim nos meus tempos de repórter policial na segunda metade dos anos 1968. Deixam-me triste demais assim.

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O trânsito neste Brasil é um festival de impunidades de toda ordem. A legislação é leniente, as rodovias são péssimas, apenas 1,6% são asfaltadas, em caso flagrante de culpa em uma tragédia, o autor responde em liberdade e raramente vai a júri.

O que me estragou a semana foi o acidente envolvendo dois caminhões em Gravataí. Um deles transportando tijolos sem a devida contenção na carroceria.

Diz o motorista que foi fechado, desculpa de 9 em 10 casos. Pois a carga se soltou e um casal de motoqueiros morreu soterrado pela carga mal acomodada.

Os rios de asfalto

No final os anos 1950, o Brasil optou por desmantelar as ferrovias em detrimento das rodovias, que são péssimas no geral. Então me digam se é ou não um despautério: optamos por transporte em caminhões sem que tenhamos boas estradas.

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O transporte fluvial teve sua glória nos anos 1920 a meados dos anos 1960. O assoreamento tomou conta das águas e nos falta dragagem.

Rios e canais europeus

A TV está cheia de documentários sobre como países europeus tratam rios e canais. Na Alemanha, os modais de transporte são fatiados, um terço fluvial, um terço ferroviário e um terço rodoviário.

Na França, canais de navegação existem desde o século 18 e hoje fazem de tudo neles, transporte de passageiros, carga e turismo, graças às centenas talvez milhares de eclusas. Eu queria tanto viajar com um desses barcos por alguns dias, puxa vida!.

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Mas não deu. A água está no meu sangue, pois meu sobrenome materno é Selbach, sendo que bach é arroio. Um dos meus antepassados dominava a navegação do Rio Reno. Veja o Brasão da família.

O fim

Tud ia bem com Hans Peter Selbach e seu próspero negócio. Mas eis que chega um dos Napoleões, o Bonaparte, e roubou a frota de barcos. Patife. O timão está quebrado porque Hans Peter o refez para mostrar como foi roubado pelo corso.

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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