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Bonito por natureza

Moro/Num país tropical/Abençoado por Deus/Bonito por natureza. Na década de 1970, era moda usar a expressão “patropi”, contração dela. Tudo era bonito aqui, sol maravilhoso, gente feliz e contente, o país dos sonhos.

Embora a Capital Federal fosse Brasília, os cariocas achavam que o Rio ainda era e seria para sempre o máximo. Não era bem assim e continua não sendo.

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Naqueles tempos, o crime organizado ainda estava no jardim de infância comparado com o que é hoje. Mas já fazia estragos. Começou com os arrastões em praias votadas como Ipanema para contrapor a música “o Rio continua lindo”.

Barracão de zinco

Nos anos 1970, eu viajava bastante para o Rio e São Paulo, e para desgosto dos cariocas, eu repetia que a pauliceia desvairada era melhor que a cidade deles. Tudo funciona bem, eu repetia, embora não tivesse praia. Hotéis, restaurantes, comércio de produtos seletivos – uma galeria vendia só queijos, dúzias deles.

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Certa vez, foi a um almoço oferecido pela Ford em um hotel de luxo, que havia lançado o Maverick no Recreio dos Bandeirantes. Dá pena ver o que restou daquela bela região. Lá pelas tantas terminou o vinho português Mateus Rosé, muito apreciado. Chamei o garçom e ele me disse alto e bom som:

– Se o doutor me alcançar algum, o vinho sai…

Ao meu lado estava o diretor de marketing da Ford, sobrenome Secco, o dono da festa. Me cutucou para dizer que era melhor eu dar uma boa gorjeta, porque assim eram as coisas por lá.

Morro abaixo

Sempre achei interessante que os morros das grandes cidades eram povoados pelos pobres, quando a vista sugeria que deveria ser opção dos ricos. O Morro virou síntese do bom e do ruim, dizia-se que quando o morro descesse a cidade iria sofrer. Pois o morro desceu e a cidade não conseguia subir.

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O romantismo exagerado nas músicas era forçado e deu lugar à cruel realidade (Barracão de zinco/Tradição do meu país/Barracão de zinco/Pobretão, infeliz). Aí veio o governo Brizola e o tráfico dominado pelos brancos subiu e tomou conta das favelas.

O maior predador

É o Homem. Ele destrói tudo que toca. Florestas, rios, lagos, oceanos, solos, belas paisagens.

Não se dorme quando os filhos não têm 15 anos e não se dorme quando eles têm mais de 15 anos.

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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