Corria o ano de 1977. Deputados e políticos especializados em algum tema ou de clínica geral reuniam-se numa uisqueria na Rua Riachuelo de Porto Alegre. Um parênteses: naquele tempo, bebia-se muito uísque. Então, surgiram as casas especializadas.
Pois esta em particular ficava nos fundos de uma galeria. O gerente tinha o apelido de Alemão. De forma geral, embora de partidos e ideologias diferentes, as discussões ficavam só nisso, nada de brigas corpo a corpo. Até uma certa noite de ar carregado prenunciando um toró daqueles.
Sucedeu que dois deputados antagonistas que nunca se bicavam já tinham enchido o tanque até o bocal. Um assunto um pouco mais delicado, e a dupla começou a botar o dedo na cara um do outro e vociferando vitupérios.
Foi indo, a tensão foi aumentando, a turma do deixa disso não conseguia acalmá-los e temia-se o pior. Neste preciso momento, um sujeito que, depois se soube que era surdo, atravessou a arena com a mão direita ostensivamente dentro do paletó. “Revólver!”, gritou alguém.
Parou tudo, a briga, até o ventilador de teto. O cidadão em tela que não estava curtindo a briga por surdo, nem se deu conta que poderia haver uma cena de sangue.
Despreocupadamente, botou a mão dentro do paletó e tirou um…pente. Todos riram. E a paz voltou a reinar regada a uísque 22 anos.