Um rapaz do Bom Fim vai pela primeira vez ao Hipódromo do Cristal, em dia de Grande Prêmio. Antes das corridas, vai ao paddock e vê uma cena curiosa, um rabino rezando junto a um cavalo. Vai no balcão de apostas e aposta R$ 10,00 no animal. O cavalo ganha fácil. Feliz, ele volta ao paddock e vê novamente o rabino orando junto a um cavalo que correria no páreo seguinte. Aposta de novo e ganha de novo. Já está com R$ 100,00.
O processo se repete em todos os páreos, e o rapaz vai acumulando ganho em cima de ganho, e sempre com o mesmo rabino orando ao lado do futuro vencedor. Já com milhares de reais no bolso, confere se o rabino também reza para um na disputa do GP. Sim, ele está lá. Joga tudo que conseguiu nele. Logo depois da largada, o cavalo em que apostou cai, quebra a perna e, mais tarde, teve que ser sacrificado.
Estonteado e infeliz, o rapaz procura o rabino e pede uma explicação, como é que em todos os páreos menos no decisivo sua reza falhou? O rabino sacode a cabeça.
O mal dos jovens como você é não saber a diferença entra uma berakha – oração que se abençoa alguém – e uma kaddish – a oração para os mortos.
(Da revista El Djudió)