Tudo estava dando errado, tudo. Como na música do Roberto Carlos. Ele não acertava uma. Determinada noite, sonhou com dois números, o 7 e o 13. Então vendeu tudo e separou a grana em duas metades. No final de semana, ia correr o Grande Prêmio Brasil do Turfe, então escolheu o cavalo número 7. Por coindiência – ou seria sinal de sorte? – o bicho corria às 7h da noite, no 7º páreo. Apostou uma das metades nele. O cavalo tirou o 7º lugar.
No dia seguinte, foi direto para o Conrad em Punta. Pegou o resto do dinheiro e trocou por fichas. Dirigiu-se para a roleta e jogou no 7. Deu o 13. Jogou nos dois e deu outro número qualquer. Jogou neste e deu o 7. Jogou no 13 e deu 7. E as fichas foram se esvaindo, o dinheiro derretendo mais rápido do que sorvete no Saara.
Então deu vontade de ir no banheiro, maldito lanche de beira de estrada. Sentou no vaso, fez uma força danada e só saiu um sonoríssimo flatus, que ecoou pelo cassino inteiro. Voltou envergonhado para a mesa. Jogou no 7, deu 13; jogou no 13 deu 7. E assim foi até que seu dinheiro acabou. Não ganhou nada, bosta nenhuma.
Acabrunhado, sentiu vontade de largar gases. Largou, e se borrou todo.