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Tudo como dantes

Os governantes brasileiros garantem, durante a campanha que os elege, que não repetirão os erros do antecessor. Pois é letra morta. 

Não se repetem os erros como os aprimoram. No caso de Lula, é incrível que ele pense que a queda da popularidade e aumento da rejeição se deva à pouca divulgação das obras feitas e por fazer.

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Como escrevi aqui, uma rodovia no Pará não sensibiliza o eleitor de Porto Alegre. O que sensibiliza o eleitor é a queda dos preços nas gôndolas dos supermercados.

Água em orelha alheia

Os eleitos parecem desconhecer o princípio básico do voto neles. O eleitor vota para que o seu candidato melhore sua vida. O resto é perfumaria.

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No caso de Lula, a inflação é beeem menor que o custo de vida, ponto. Além disso, ele vem cometendo gafes em cima de gafes. Já são 58 desde que assumiu.

Agora, com a história do furto dos móveis do Planalto, que ele e dona Janja atribuíram ao casal Bolsonaro, que posteriormente foram localizados no mesmo Alvorada, o Casal 24 cometeu o pecado mortal de não checar as informações. Bebeu água na orelha dos outros.

O bar como obrigação

Repito sempre que os governantes que não têm o que chamo metaforicamente de conversa de bar e caem do cavalo rapidinho. Descessem para a planície, saberiam onde aperta o sapato do eleitor.

Ah, eles têm uma assessoria. Papo furado. No Brasil, a assessoria existe para elogiar o chefe. Ninguém quer perder o cargo.

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Já em países como os Estados Unidos, o presidente e até presidentes de empresas privadas botam para a rua o assessor que não dá a real. Por isso que lá existe a figura do “fale com o presidente”.

É uma assessoria de marketing perfeita – e de graça. Uma crítica direta é o melhor assessor que existe porque dá a real e permite corrigir o que está mal.

A soma de todos os erros

Veja-se o caso das manifestações de sábado passado que deveriam ser um contraponto às de Bolsonaro. Nem a militância petista deu o ar da sua graça em número minimamente razoável.

Em Salvador foram exatos 1.402 manifestantes. Já em São Paulo não passaram de 1,4 mil, segundo o Poder360.

Só isso já deveria fazer Lula e séquito levantar as orelhas. Mas não, a culpa sempre é dos outros. Assim começam os desastres irremediáveis.

A nudez do Rei

Os jornalões que costumavam ignorar os erros do governo e as gafes de Lula passaram a ser bem mais críticos, inclusive nos editoriais. E não entendo, mas por outro lado entendo muito bem, porque não aprofundam matérias que mostrariam que o rei está nu, como na fábula. O Estadão é uma exceção.

Segredo de agenda

Na lista dos sigilos por 100 anos decretado pelo governo está a agenda da primeira-dama Janja. Nossa! O que teria de tão secreto o dia a dia dela?

A Varig e seus funcionários

O governo vai pagar R$ 4,7 bilhões para cerca de 15 mil ex-funcionários da Varig, que contribuíram toda uma vida para o fundo de pensão e viram o que deveria ser sua aposentadoria virar pó. Nesse intervalo, muitos – conheci muitos deles – já morreram e parte deles morreu na pobreza. Foi uma crueldade sem tamanho que dinheiro nenhum paga.

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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