Na segunda metade dos anos 1990, eu fazia parte de um grupo de jornalistas e publicitários que almoçavam duas ou três vezes por semana em algum lugar de comer bem. Entre esses pontos estava a Churrascaria Mosqueteiro, no Estádio Olímpico.
O proprietário se chamava Régis. Entre outros achados, ele criou o espeto 3 em 1, picanha, alcatra e maminha. Para acompanhar ou para comer solo, arroz de galinha e feijão mexido como nunca mais encontrei.
Em uma sexta-feira, estávamos aboletados na mesa, quando chegou o Paulo Sant’Ana, todo prosa, como de hábito. Sentou à nossa mesa, pegou a palavra e não a devolveu mais.
-Em dado momento, levantou-se e foi para o banheiro. Era diabético e, para não constranger as pessoas, injetava insulina no banheiro.
Minutos depois, voltou com a cara amarrada como se envolta em fita isolante. Explicou que, ao entrar, viu, no mictório ao lado, um jovem grunge, como se chamava na época. Retirou a seringa do bolso, tirou a ampola puxando o êmbolo, e quando ia se plicar a injeção, o alternativo botou a mão na boca como a direcionar a fala.
– Tio, vai firme que não estou vendo nada…