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Revolução sexual

Fica todo mundo cheio de dedos para abordar o tema, mas o fato é que estamos em uma nova revolução sexual explícita. O grande aumento de casais gays e de lésbicas desfilando sua união de mãos dadas nas ruas, especialmente jovens e até adolescentes.

Se no mundo gay masculino já não é mais novidade. No universo feminino, é mais recente assumir a relação.

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Ainda somos uma sociedade pudica. Então, há quem desaprove esse comportamento em público. Mas não dá para brigar com a notícia. É um fato, zé fini.

O que é notável é a rapidez com que isso ocorre. Assim como é notável a rapidez das mudanças tecnológicas.

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Não demora muito eu e vocês estaremos obsoletos no que fazemos, graças a essa aberração chamada IA e seus tentáculos, como o chatGPT. Não adianta ser contrário aos novos tempos – sempre uso o exemplo da chuva, não adianta ser contra ela – mas o fato é que a Humanidade corre sérios riscos de ser, para usar uma palavra, “normal” como foi até hoje, com seus erros e seus acertos.

A última palavra sempre foi de um ser humano. Não mais.

O começo foi a automação, depois a informatização e, agora, quem dá a última palavra é a máquina. Como pilotos de aviões, hoje meros fiscais de computador.

No tempo em que tirei o brevê no Aeroclube de Montenegro, traçar rotas exigia conhecimento de trigonometria – você sabe o que é isso? Tábua de logaritmos, entre outros. Coisas que se aprendia no colégio.

Computadores e mainframes só começaram a aparecer de forma muito primário nos anos 1960. O começo foi com as holerites, cartões perfurados sinônimos de folha de pagamento. Cada funcionário tinha o seu, o que exigia um vasto espaço.

A capacidade de processamento era uma piada se comparada com o mais reles smartphone à venda hoje. Quando comecei (de novo) no Jornal do Comércio, em 1996, fazendo a página 3, Começo de Conversa, recém o jornal passou a usar computador na redação.

Para baixar uma foto levavam-se minutos, muitos deles. A internet era lentíssima, e-mails eram raridade.

Para se ter uma ideia, o mesmo computador usado para traçar a rota e acompanhar o primeiro pouso com seres humanos na Lua em 1969 era o equipamento padrão na época, o 286, que em seguida foi tornado obsoleto.

Há uma série de outras mudanças de comportamento coletivo e individual em curso rápido. Mas, desta vez, corremos sério risco de sermos meros espectadores ou apenas aqueles que há mais de dois mil anos enchiam os anfiteatros (circos) romanos para assistir lutas mortais entre gladiadores ou entre feras selvagens e humanos.

A turba urrava quando alguém era comido. O lema era a expressão latina panem et circenses, pão e circo.

Agora me diga o que mudou fundamentalmente. Nada, digo eu, só temos mais luzinhas, enfeites e adereços virtuais. O sangue terminou, mas ainda corre, como em esportes violentos.

Mas o essencial, o desejo de ver alguém morrer, continua mais forte que nunca. Acho que até mais que na época da Roma dos Césares. Por dentro o ser humano é um homicida.

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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