Formulada pelo físico Werner Heisenberg, em 1927, o Princípio da Incerteza diz, em síntese, que se pode medir a velocidade de uma partícula e sua posição, mas nunca as duas ao mesmo tempo. Com alguma licença poética, o funcionamento da nossa cabeça cabe perfeitamente bem – vá lá, mais ou menos – na formulação do brilhante cientista alemão.
Alguém de fora pode perfeitamente saber de uma pessoa num determinado pensamento via expressão oral ou escrita naquele momento, mas não pode medir a velocidade da continuação desse pensamento. E vice-versa.
Para dizer a verdade, nem nós mesmos podemos ter certeza da sequência deste pensamento.
Os terapeutas podem adivinhar a posição e depois a velocidade pelos atos que cometemos, mas jamais poderão entrar de verdade na cabeça dos pacientes. Nós temos porões escuros, vocês sabem. Entrar na cabeça de alguém de verdade, é uma quimera.
Essa é a realidade da minha e da sua vida. Nós não conseguimos sair e os outros não conseguem entrar.