Uma olhadela nos produtos eletrônicos e brinquedos piratas que o comércio informal vende (e muitos formais também…) faz lembrar dos anos 1990. Naquele tempo, como dizia Jesus, os CDs, principalmente, eram prensados primeiro pelos asiáticos e depois até por qualquer arigó com maquinetas baratas em fundo de quintal.
Perto da variedade e alcance de falsificações de hoje, os piratas de então eram míseros piratas de sangue, desses que cortam os campos da Fronteira Oeste. Meros aprendizes de Jack Johnny Depp Sparrow.
Como em toda atividade humana, os pioneiros começaram muito antes da massificação. Mas tateiam no escuro. Certa vez, perguntei a um amigo que não via há muito tempo o que ele estava fazendo.
– Estou com uma indústria têxtil – respondeu bem baixinho. – Bem no interior do estado.
– Bravo! Qual a especialidade, camisas, calças, ternos?
– Fabrico o jacarezinho da Lacoste – respondeu, falando mais baixo ainda.