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Piratas do asfalto

Uma olhadela nos produtos eletrônicos e brinquedos piratas que o comércio informal vende (e muitos formais também…) faz lembrar dos anos 1990. Naquele tempo, como dizia Jesus, os CDs, principalmente, eram prensados primeiro pelos asiáticos e depois até por qualquer arigó com maquinetas baratas em fundo de quintal.

Perto da variedade e alcance de falsificações de hoje, os piratas de então eram míseros piratas de sangue, desses que cortam os campos da Fronteira Oeste. Meros aprendizes de Jack Johnny Depp Sparrow.

Como em toda atividade humana, os pioneiros começaram muito antes da massificação. Mas tateiam no escuro. Certa vez, perguntei a um amigo que não via há muito tempo o que ele estava fazendo.

– Estou com uma indústria têxtil – respondeu bem baixinho. – Bem no interior do estado.

– Bravo! Qual a especialidade, camisas, calças, ternos?

– Fabrico o jacarezinho da Lacoste – respondeu, falando mais baixo ainda.

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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