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Palavras ao vento

A Diretoria do Banco Central juntou os nomes “Pi” com “Tix” para a ferramenta de pagamentos instantâneos pix. Pelo menos não é originária de uma sigla americana.

Os gringos têm uma coisa boa, procuram sempre criar um nome a partir de uma frase inteira. Laser, por exemplo, vem de Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation.

Já o DNA é mais complicado. Significa ácido desoxirribonucleico. Agora você pega o bebum do bairro, paga a ele algumas cervejas e pede para ele dizer o DNA por extenso.

Sopa de letras indigesta

Mas é na política que o Brasil não é lá muito criativo, ou é “criativo” demais. Vamos pegar o Partido Progressista, que insiste em ser chamado apenas de Progressistas, embora a sigla seja PP.

Começou como Aliança Renovadora Nacional – Arena, um nome fácil de guardar. Depois virou PPB (Partido Progressista Brasileiro), PDS, sequência de letras fácil de memorizar.

Com o troca-troca de siglas tivemos uma salada indigesta de nomes equivocados. Mas para mim o pior foi PPB do hoje PP.

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No curto espaço de tempo em que vigorou, trouxe enormes dificuldades para a militância das colônias alemãs, justamente onde ele era muito forte, que trocava o P pelo B e vice-versa. Eles falavam BBP, bepebê. Foi hilário.

Acompanho o noticiário dos canais de TV europeus, e no português RTP, que dedica muito espaço para o noticiário político. Chamou-me a atenção um partido relativamente chamado Chega!, depois sem o ponto de exclamação. Bom nome, e faz sentido, porque são contra o eterno socialismo português (PS) que não tem dito a que veio.

Assim de relancina e sem pretensões de juízo definitivo, é curioso como os telejornais europeus e alguns norte-americanos têm suas ideias fixas. O português se alonga demasiado e, pelo que vejo, greves na área de saúde começam, terminam e recomeçam no dia seguinte.

https://cnabrasil.org.br/senar

A Deutsche Welle (DW) seus programas e documentários mais para populações pobres de países africanos ou asiáticos. A TV5 Le Monde, francesa, também dá muita atenção para suas ex-colônias na programação. A espanhola e a italiana têm bons telejornais

Já a americana CNN (internacional, não a brasileira), fala (mal) dia sim e outro também do Donald Trump e seus problemas com a justiça. Como lá é difícil tornar alguém inelegível, pode ser que concorra para suceder o fraco Joe Biden se não o tornarem com o jeitinho importado do Brasil.

Vê-lo nas declarações e cerimônias passa a impressão que vai levar um tombo a cada segundo. E tem um sorriso plastificado impresso no rosto.

Tem também a chinesa CGTN, estatal como tudo por lá. Tem documentários interessantes sobre a vasta China interior, com paisagens deslumbrantes e histórias bem interessantes.

Lula quer fechar, ou já fechou, acordo com a a CMG, televisão que pertence ao Partido Comunista Chinês, para troca de conteúdo. É falado em inglês como a CGTN.

Madruga Duarte

Faleceu na sexta passada o publicitário Madruga Duarte, diretor comercial da Zero Hora nos anos 1980. Criou uma febre de anúncios chamados de Oração a Santa Luzia em meados dos anos 1980, quando eu fazia o Informe Especial da ZH.

Havia escassez de anúncios, então ele criou essa oração e a publicou durante vários dias como se fosse coisa de leitor crente. De repente, os leitores passaram a orar pela Santa inventada e daí para acreditar que ela ser milagrosa foi um passo.

A ZH chegou a ter quatro ou cinco páginas repletas da Oração a Santa Luzia por dia e durante meses, o que deixou a RBS e o Madruga felizes da vida.  De certa forma, foi mesmo um milagre de santa – para ele.

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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