“… Se a senhora Sara Netanyahu deseja dedicar-se em tempo integral a recolher garrafas vazias…”
O peruano radicado em Israel David Mandel escreveu esse texto sobre os últimos acontecimentos políticos de Israel. É autoexplicativo, e remete a comparações do tipo “lá e cá”. A tradução é do porto-alegrense Davi Castiel Menda. Ei-lo:
Em Israel, se alguém leva garrafas de vidro vazias, de vinho especialmente, aos supermercados, recebe alguns centavos por garrafa. Parece que, nas recepções oferecidas pelo primeiro-ministro em sua residência, e provavelmente também em seus jantares privativos, os convidados bebem vinho, que é comprado com dinheiro do Estado e, portanto, ao final da refeição, há garrafas vazias.
A senhora Netanyahu (esposa do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, N.R.) foi acusada, em grandes manchetes, que costumava enviar seus empregados para devolver as garrafas vazias, recebendo moedas de centavos e não transferindo esses valores para o Ministério da Fazenda, e sim usando este dinheiro no seu próprio e reduzido orçamento, na residência do Primeiro Ministro.
Um advogado altamente respeitado opinou que o pagamento feito pelos supermercados é para a pessoa que traz as garrafas vazias, e que, não necessariamente, se trata de quem comprou o vinho. O supermercado não exige prova de compra para quem traz essas garrafas. E o comprador tampouco tem obrigação de devolver as garrafas para o supermercado.
Em outras palavras, o pagamento cabe a quem teve o trabalho de coletar as garrafas e trazê-las para o supermercado. Não a quem adquiriu os frascos. Se a senhora Sara Netanyahu deseja dedicar-se em tempo integral a recolher garrafas vazias em seu bairro, levá-las para o supermercado e obter alguns tantos shekels (moeda circulante em Israel), pode fazê-lo sem que isso seja considerado um ato criminoso.
Quero esclarecer que este artigo não tem a intenção de fazer propaganda eleitoral a favor ou contra Benjamin Netanyahu, de quem até agora não suspeito que seja sócio de sua esposa na coleta de garrafas vazias.
-x-x-x-
Conclusão minha: eles contando centavos e nós aqui espantados os com bilhões afanados da Petrobras.