No final da década de 1990, quando a Argentina ainda tinha o brilho do seu passado glorioso, fiquei alguns dias em Buenos Aires. Fui à Galeria Pacífico, o primeiro shopping da América Latina. Frequentei restaurantes primorosos, de comer ajoelhado, e entrei em sem-número de lojas.
Certa noite, fui ao Hard Rock Café, que estava lotado, inclusive de casais com filhos pequenos. Explicaram-me que empregada doméstica era muito caro. Por isso, levavam as crianças a todos os lugares.
Chamou-me atenção que os pimpolhos estavam quietos. Nada de gritos histéricos como é comum no Brasil.
Então caiu a ficha: em todos os lugares que frequentei, não vi nenhuma criança rebelde gritando por atenção. Novamente me explicaram que o silêncio dos pimpolhos se devia à rigorosa educação neste sentido. Gritou, não tem papá.