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O pum! da vaca

Nos idos de  2013, rolou mais que rolo de massa a foto de uma vaca argentina – vaca animal, bem entendido, não me venham com aleivosias sugerindo retrato falado – com uma espécie de mochila no lombo, uma geringonça que canaliza os gases intestinais para armazená-los para posterior queima em algum motor, se bem entendi.

Uma das acusações que se faz aos bovinos é que o metano que expelem é uma das causas do efeito estufa. Poderiam ter dito que lavouras, como a do arroz, também expelem metano. No popular, pum!

Fiquei um pouco receoso de falar nisso, porque sempre pode aparecer um protesto com faixas de “Abaixo o arroz carreteiro!” ou “Carreteiro é assassino da natureza!”.

Mas, e se a moda pega, com bombas como a dos postos de combustíveis vendendo pum! de vaca, com a própria estacionada no lugar da bomba? Ao frentista caberia a inglória tarefa de levantar o rabo da vaca (ou boi) com uma mangueirinha acoplada e enfiá-la no bocal do tanque.

– Quantos litros de pum! vão hoje, doutor?

– Completa.

Mas aí vem o problema. Quem vai fixar o preço do pum! e qual a medida? Metros cúbicos?

O governo teria que criar a estatal Pumbras!, que procuraria pum! até no pré-pum!. Para criar mais um cabide de emprego, viria Agência Nacional do Pum!.

Naturalmente que os diretores seriam políticos da base aliada do governo. Os motores dos carros teriam que ser triflex, álcool, gasolina e pum! De repente o pum! entra na cesta básica, por que não?

Não, não, melhor deixar assim. A ideia me cheira mal.

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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