Videocassetedas que pululam nos programas de TV com os mais diferentes nomes permeiam o mau gosto. Quedas em que alguém se machuca são as preferidas, especialmente quando são homens que ferem as partes pudendas. Que mundo de sádicos é esse?
Nós éramos ingênuos nos nossos verdes anos. Sacanagem maior era apertar a campainha da casa de alguém e sair correndo, ou usar um dos poucos telefones e ligar para a farmácia perguntando se tinha álcool aberto (a granel). Caso a resposta fosse positiva, a gente dizia “então fecha senão evapora!”
Certa vez, eu fiz uma que me causa remorsos e arrependimento até hoje. Uma dessas brincadeiras era soltar uma cédula de dinheiro de valor considerável e passar um fio de nylon por um furo. Na outra ponta estava eu, glorioso na patetice. Então sentei na mesa de um café do bairro e esperei a vítima.
Era uma mulher. Viu a nota, agachou-se e, quando ia pegá-la, eu a puxei. Nunca esquecerei a cara que ela fez. E foi muito pior que isso. Era uma garota linda de morrer pela qual eu estava apaixonado. E ela fazia olhinho pra mim.
Adivinhem o olhinho que ela fez depois. Havia um brilho assassino nos olhos dela. Adeus para sempre, paixão.