Anos 1940. O general Flores da Cunha, interventor no Rio Grande do Sul, estava despachando no gabinete do Palácio quando chega um assessor fazendo o sinal de urgência.
– Fala.
– Chefe, está uma senhora de Palmeira das Missões dizendo que viajou um dia e meio para falar com o senhor.
– O que ela quer que requer tanta urgência?
– Pois é…ela quer que o senhor indulte o filho dela que está preso.
O general ficou estupefato com o pedido, onde já se viu uma coisa dessas. Se o filho estava preso é porque alguma ele aprontou. Disposto a deixar isso bem claro, mandou que ela passasse à sala. Assim que ela entrou, não deixou nem a senhora falar. Dedo em riste, disparou.
– Quer dizer que a senhora veio lá de Palmeira para pedir a soltura do seu filho? E por que não veio o pai dele para fazer um pedido invulgar como esse?
A senhora nem piscou.
– Por acaso o senhor general já ouviu touro berrar pela cria?
Flores da Cunha quedou pensativo por alguns segundos. Chamou o assessor.
– Manda soltar o sujeito.