Em ambos os fronts – Tribunal de Contas da União e Superior Tribunal Eleitoral – a presidente Dilma Rousseff terá o tempo a seu favor. No caso do TCU, as pedaladas fiscais, o Congresso vai ter que analisar, abrir o processo e aquele rito todo pré-impeachment para só depois, se for aprovado, engrenar o famoso “agora vai”.
Em, tese, o TSE pode anular a eleição sem precisar ir de Porto Alegre a Caxias do Sul via Uruguaiana, embora eu desconfie que a corte não queira segurar esse rojão. Com o dele na reta, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, não parece mais tão disposto a enveredar a longa estrada do impeachment, antes bem pelo contrário.
Some-se a isso que o final do ano já se aproxima e com ele vem o recesso parlamentar. Ou seja, só depois das férias. Isso em condições normais de temperatura e pressão, porque existe quase consenso entre o grosso do PIB brasileiro que se é ruim com ela, pior sem ela pelo que pode acontecer.
Repito que essa jornada cheia de som e fúria pode ser abreviada se surgir algum fato novo que faça a maionese desandar de vez. Isso inclui mudança na economia mundial, elevação dos juros dos EUA etc. A má notícia para o governo é que depois de fevereiro a economia tende a esfriar mais ainda. Tenho cá comigo que o binômio inflação-desemprego em alta pode abreviar o andar da carruagem.