Tenho encontrado um bocado de gente que não está mais lendo jornais e assistindo um mínimo de telejornais. Na minha profissão isso não é possível, duela a quién duela eu tenho essa noblesse oblige. Lembra a história do ricaço triste.
Um sujeito rico, jovem, bonito vivia em depressão porque tinha um enorme problema: de meia em meia hora ele tinha que correr para o banheiro. No popular, se borrava todo de 30 em 30 minutos. Parecia o gêiser do Yellowstone na pontualidade intestinal. Consultou pelo menos uma dúzia de médicos, fez trocentos exames e nenhum acusava a causa do problema.
O último médico que consultou disse que a causa não era orgânica, era emocional. A cabeça comandava o gêiser, em resumo. E aconselhou-o a procurar um analista. O bom homem assim o fez. Homem de posses, pegou e pagou o melhor. Fez análise durante um ano e lá vai pedrada, e neste tempo sumiu de circulação.
Um dia o médico que havia recomendado que ele fizesse terapia viu com surpresa que o paciente estava na Rua da Praia, Porto Alegre, olhando despreocupadamente para as mulheres que passavam, coisa que ele nunca fazia antes. Olhou o relógio. Uma hora depois ele voltou e lá estava o cara no mesmo lugar, sorriso no rosto. Ora viva, o cara se curou. Abordou o ex-paciente.
– E aí, meu amigo, pelo que vejo seguiste meu conselho. Fizeste tratamento, a terapia curou teu problema intestinal?
O rapaz continuava sorrindo enquanto respondia.
– É, bem… não…sim, de fato fiz terapia por um ano e meio, mas…
– Mas?
– …mas agora mesmo me caguei todo assim como meia hora antes. Mas estou numa boa, meu doutor, tô nem, aí!