Às vezes, é bom congelar uma imagem na retina e filosofar sobre ela. Como, por exemplo, a comunicação maluca entre seres humanos através de palavras vocalizadas, escrita, gestos, olhares.
É uma ópera que nos distingue dos animais, que certamente têm sua própria forma de se comunicar, mas restrita a urros e danças e eventualmente pela expressão corporal. Cobras se erguem quando são ameaçadas, leões baixam a cabeça, zebras. Gnus e outras eternas vítimas de predadores têm na garganta um mecanismo que emite alertas ou convites de acasalamento.
A linguagem das abelhas
O que sempre me fascinou foram as abelhas. Quando uma delas volta de uma exploração em que achou a matéria prima do mel, voltam alvoroçadas à colmeia e giram em torno de si no sentido horário e em outras no sentido anti horário.
Cientistas já descobriram que esta dança indica para as outras onde e em que distância está a fonte do açúcar. Acho isso maravilhoso. Baleias e golfinhos também “falam” entre si.
Faça a guerra não o amor
A raça humana se comunica sem som, com expressões corporais. Isso vem do tempo das cavernas.
A decodificação destes sinais silenciosos mostra que ambos, autor e alvo, emitem códigos. Quem não os conhece ou é tímido, já sai perdendo principalmente nos convites amorosos.
Quando em uma conversa a mulher cita seu nome várias vezes. Mesmo sem necessidade ela emite o sinal “ok, quero você”, embora de forma inconsciente. O contrário, o olhar pode indicar raiva ou desejo de morte – é conhecida a expressão fuzilar com o olhar”.
Mesmo com esses códigos abertos ou silenciosos, a Humanidade não se entende e faz mais guerra que amor.
Recuerdos
E tem o caso dos estudantes de medicina, em Santa Maria na década de 1960, que levaram um cadáver para tomar um trago no bar do “Concórdia” – que reunia os jornalistas da época. Reza a lenda, segundo o saudoso jornalista Robson Flores que ele, o “convidado especial”, foi devolvido, “intacto”, ao amanhecer para o necrotério da Universidade Federal de Santa Maria (RS).