O Nelson tinha razão. Ele fazia parte da nossa roda de cafezinho no Café Chaves, Centro de Porto Alegre, e resolveu morar em uma cidade da Metade Sul do RS há uns nove ou dez anos. A cada nome de figura pública, político ou governante que vinha à baila, Nelson invariavelmente dizia: “É ladrão!”. Ríamos das suas generalizações, tipo vai brigar com o mundo em outra freguesia. Hoje, não tem graça.
Até nomes que recém despontavam no cenário político não escapavam do epíteto. Puxei pela memória alguns dos nomes que ele carimbava com “É ladrão!” e adivinha? Todos os que lembrei estão mais enrolados do que papel higiênico. Não tenho falado com o Nelson, mas antes das próximas eleições vou visitá-lo para perguntar se o meus candidatos se enquadram nesse epíteto. Tirando o Capitão Gancho, como diz o jornalista Carlos Brickmann, não dá para botar a mão no fogo por ninguém.
O Nelson tinha razão.