Um dos aspectos que caracteriza os tempos que vivemos é a cizânia de grupos ou instituições que reúnem pessoas com o mesmo objetivo. Como é o caso das entidades de classe e partidos políticos. São tempos de vaca não reconhecer bezerro.
Entidades de classe de profissões liberais raramente convergem quanto à condução da categoria. Não raro, acabam apelando à Justiça comum em vez de lavar a roupa suja em casa.
É como se revivêssemos o episódio bíblico da Torre de Babel, em que todos brigavam com todos e falavam línguas diferentes.
A verdade de cada um
A pensadora alemã Hanna Arendt criou esse conceito como forma de entender essas brigas e conflitos ideológicos. É um bom ângulo de ataque.
No caso da política, é conhecida a capacidade destrutiva das siglas conservadoras quando se trata de coesão para vencer a esquerda. Aqui mesmo temos vários episódios, em que a turma de parados acabou dando a vitória a um candidato de esquerda.
No caso das bancadas do Congresso, a exceção fica com o Nordeste, cujas bancadas fecham em torno de interesse da região. No Sul, bem… No Sul, é cada um puxando brasa para seu assado.
Parece ser nossa índole de não dar certo. Uma vocação comprovada na história do estado.
Bolha elétrica
Quando surgiu o Proalcool, em 1979, o governo criou o slogan “Carro a álcool, você ainda vai ter um”. O tempo passa, o tempo voa, e começou a se criar um sentimento de “carro elétrico, você ainda vai ter um”.
O entusiasmo deu lugar à dura realidade, como a baixa autonomia e o fato de que não “se enche o tanque” em cinco minutos. São horas de recarga.
No Hemisfério Norte, o entusiasmo começou a fenecer há mais tempo. Se não acredita, leia essa que saiu no Valor Econômico.
Hoje, apenas três fabricantes de veículos elétricos geram lucros consistentes: Tesla, BYD e Li Auto. Essas três valem cerca de US$ 650 bilhões juntas. No auge, o trio valia cerca de US$ 1,4 trilhão.
Vale notar que duas empresas do trio de ouro são chinesas. E aqui mesmo já há quem reclame da falta de peças e componentes. Afinal, carro – mesmo sendo elétrico -, ainda é um carro cheio de peças. Não são apenas bateria e rodas…
Esperança frustrada
Acreditamos que seria possível uma reforma política; acreditamos que seria possível uma reforma tributária; acreditamos que seria possível uma reforma administrativa, acreditamos que teríamos estradas, aeroportos e portos pelo menos razoáveis; acreditamos que o aumento da criminalidade levaria o governo a se mexer. E no que deu?
Tão felizes que viemos…
O cara se achava. Entrou no carro e viu um bilhete no para-brisa “Esse corpinho ainda vai ser meu”, e abaixo um número de celular. Feliz da vida e antevendo encontro com uma bela mulher, ligou e atenderam:
– Funerária São Jorge, às ordens!
Doeu
No afã de reverter a queda se popularidade, Lula ordena um mutirão de obras e consequente propaganda desses feitos. Obra só contenta quem mora na região. Uma rodovia no Pará não sensibiliza moradores de Porto Alegre.
O furo da bala
O suas excelências do governo federal custam a entender é como o brasileiro médio se sente em relação a Lula. Eles acham que o fato da inflação estar sob controle e o PIB de 2024 prometer ser melhor que a expectativa do mercado leva o povo a gritar vivas ao chefe.
Ocorre que o diabo mora nos detalhes e o mais saliente deles é a gôndola do supermercado, além da grande perda de renda do assalariado. PIB melhor não significa mais dinheiro no bolso.