“…sorte tua, azeitona só nessa”.
O falecido chargista Sampaulo, que Deus o tenha, gostava muito de contar uma que aconteceu com ele envolvendo empadas e azeitonas. Na rua André da Rocha, havia um bar especializado em reunir jornalistas e boêmios, também famoso por suas empadas, pequenas porém saborosíssimas. O propreitário do estabelecimento, conhecido mão-de-mulita, gabava-se que azeitona era artigo muito raro no quitute, porque cara. Por alguma razão, encanzinou que azeitona comia seu lucro. Mania de biriteiro, claro. Bueno. O Sampa chegou lá numa manhã de sábado e pediu uma empada. Ela veio, ele comeu e, triunfante, exibiu a azeitona escondida no miolo. – Sorte tua, foi só nessa – disse o proprietário. Sampaulo então pediu outra. De novo encontrou uma azeitona. – Coincidência, acontece – falou, mas já de cara amarrada, olhar atravessado para a cozinha. Na terceira empada comida por Sampaulo, outra azeitona. – Vai ver a cozinheira se enganou. Na quarta sorte grande azeitoneira, o dono do bar não falou mais nada. Levantou, foi para a cozinha e deu uma porrada na cozinheira