O Marcus parou de beber. Quer dizer, foi obrigado. Ou parava de enriquecer as destilarias e cervejarias ou seu fígado explodiria, um caquinho em Uruguaiana, outro em São José do Norte um terceiro em Vacaria. Passou de bico seco um longo e tenebroso inverno. Quando já não tremia mais ao ver um bar ou garrafa, refez o roteiro dos bares em que tinha caderninho de pendurar birita.
Um deles era o Tuim, na rua da Ladeira, Centro de Porto Alegre, um templo dedicado a bebedores em tempo integral mais hora extra. Entrou, chegou no balcão e usou seu vozeirão para acertar as contas que tinha deixado quando bebia todas.
– Me vê quanto deu a despesa. Pelas minhas contas, são 20 chopes, 10 Trigo Velho e seis conhaques.
Lá do fundo, da penumbra do boteco, ouviu-se uma voz.
– Pô, Marcus! Tu voltou com sede, hein?
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