Causo puxa causo e me vem à mente o coronel Sarjob, personagem histórico da Porto Alegre da década de 1950. Ele era famoso pelas histórias que contava.
Certa vez, narrou, numa roda do Clube do Comércio, que, na sua fazenda, deparou-se alta madrugada com um lobisomem. Puxou a Winchester 44 e já ia encher o monstro de azeitona quando ele se ajoelhou e, de mãos postas, implorou por sua vida.
– Por favor, não me mate, coronel Sarjob! Eu sou uma lobismulher e tenho seis lobisominhos para criar!
Ele também jurou que tinha um couro de lobisomem estaqueado na parede do galpão da fazenda. E, para se livrar da praga das caturritas e suas algazarras, passou cola nos galhos de uma figueira centenária. Esperou a passarada pousar. Em seguida, deu um tiro de 12 para o ar.
Dizem que, lá pelas bandas de Rio Pardo, até hoje se comenta a estranha história de uma figueira nativa sendo carregada a poucos metros do chão por um bando de caturritas.