Tem amigos, amigos que fazemos ao longo do tempo, e perdas que doem. Os donos do restaurante Colina Verde, Marlene e Ido Schwantes, já falecido, proporcionaram-me muitos momentos de prazer e fizeram minha papilas gustativas baterem palmas.
Eles nos recebiam com genuína alegria. Situado pouco antes da entrada de Nova Petrópolis, vindo pela BR-116, é comida alemã de ́primeira. Nada sofisticado, apenas maravilhoso. Lembrei dele nos tempos em que ia a Gramado com minha família e almoçávamos lá.
Numa dessas incursões, o Ido me falou, com voz grave, que eles fechariam em janeiro porque a Marlene queria conhecer Portugal. “Ela fica sempre na cozinha, coitada. Eu pelo menos posso papear com meus amigos na fruteira, no café, no banco…”
Esse conceito de felicidade nós da cidade grande perdemos, curtir as coisas simples da vida. Eles tinham dois filhos. O maior foi se aperfeiçoar na Alemanha e a garota ajudava a mãe.
Uma família não tão feliz
É brasileira. Vivemos uma democracia relativa, em que um Poder anula até decisões de outro. O Legislativo é poder auxiliar do Executivo, mas não sei bem quem está a serviço de quem. De qualquer forma, nunca vi isso em uma democracia plena.
Lembram do Doril que sumiu?
Está acontecendo com muitos jornalistas críticos do governo que trabalham em redes de televisão e jornais. Misteriosamente, eles vêm sendo demitidos a título de “redução de custos”.
Enquanto também misteriosamente estes veículos exibem comerciais deste mesmo governo, estatais e programas assim que a área está livre. Como muitos têm contas a pagar (impostos) não preciso ser gênio para concluir que tem muita linguiça debaixo desse pirão.
Vai que os nossos patrocinadores não gostem ou pior, sejam pressionados.
Balcão de negócios
Nem todos os deputados federais e senadores podem ser considerados fiéis a quem paga mais, governo no caso, sob forma de cargos e boquinhas. Mas uma parcela considerável não honra o voto que recebeu.
É o Princípio de São Francisco, é dando que recebereis. Neste sentido o Brasil é um paiseco.
A grande massa
Não está nem aí para o bom gosto. Nunca os ensinaram, é claro, porque as diversões música e dança foram tomadas por funk & falsos sertanejos e cantoras histéricas. Não há mais melodia na “música” brasileira. Apenas penduricalhos físicos e virtuais com linguagem corporal presos a um grande nada.
Panem et circenses
O BBB dá dinheiro – para a Globo. A rede deve ganhar R$ 1,2 bilhão com a versão 2024. Os integrantes têm suas horas de fama, expõem seu modo deprimente de viver em grupo, acreditam nas próprias fantasias, ganham moedinhas no final. Alguns conseguem ser modelos, mas, no fim, é tudo troco. É o pão e circo da Roma antiga com chips.
O Barão acerta na mosca
Razão tinha o nosso Barão de Itararé, que se apossou de uma máxima positivista para definir os tempos em que vivemos: os vivos serão cada vez mais e necessariamente governados pelos muito vivos. Neste e em muitos outros.
Ídolos
Um dos integrantes do BBB é um certo MC Bin Laden. Se ele quis arrostar os americanos e brasileiros de bom senso, não se sabe. Periga até ele nem saber que foi Bin Laden e o que representou para o mundo livre.
Uma data turbinada
“Fico espantado quando se fala numa tentativa de golpe de Estado”, diz o jurista Ives Gandra, aduzindo que nunca houve na história do mundo um golpe de Estado sem armas, sem tanques.
Poderiam pelo menos ser mais criativos e não plagiar expressões já usadas. “O dia da Infâmia”, usada pelo presidente do STF sobre o 8 de janeiro, foi proferida pelo presidente americano Franklin Roosevelt no Congresso, quando se referiu ao ataque do Japão em Pearl Harbour.